
O
mistério da Santíssima Trindade é o principal de nossa fé.
Essencialmente se concentra num mistério de conhecimento e de amor. O
primeiro precede o segundo, não por anterioridade de tempo mas, por pura
lógica. Em face disto, podemos afirmar que a primeira atividade de Deus
é a de conhecer. O Filho é gerado pelo Pai por via do conhecimento.
Jesus Cristo, o Filho de Deus encarnado, revela-nos algumas maravilhas
desse íntimo conhecimento no seio da Trindade Santíssima: "Todas as
coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece o Filho senão o
Pai; nem alguém conhece o Pai senão o Filho" (Mt 11, 27). "Em verdade,
em verdade vos digo: O Filho não pode de si mesmo fazer coisa alguma,
mas somente o que vir fazer o Pai; porque tudo o que fizer o Pai, o faz
igualmente o Filho. Porque o Pai ama o Filho, e mostra-lhe tudo o que
ele faz" (Jo 5, 19-20).
Quem
melhor nos revelaria o Pai, do que Jesus, Seu Unigênito? Ele nos torna
possível penetrar nos segredos da vida íntima de Deus, através dessa
virtude teologal, não como no enunciado de um teorema abstrato, mas de
maneira toda divina e sobrenatural: "Nós agora vemos [a Deus] como por
um espelho, um enigma; mas então [O veremos] face a face. Agora
conheço-O em parte; mas então hei de conhecê-Lo como eu mesmo sou [dele]
conhecido" (1 Cor 13, 12-13).
É
por essa mesma virtude que cremos na Revelação sobre a procedência, por
via de amor, da terceira pessoa, o Espírito Santo. E ademais,
permite-nos ela abarcar todos os mistérios da salvação.
In: Lumen Veritatis, n. 4.
Por Mons. João S. Clá Dias, EP
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