53. Os crucifixos nos tribunais de justiça

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Padre Paulo Ricardo comenta a decisão da justiça do Rio Grande do Sul de retirar os crucifixos das paredes de suas instituições por pressão de uma ONG, a Liga Brasileira de Lésbicas. O argumento utilizado é a de que o Estado não é religioso, portanto, não é possível haver nos prédios públicos qualquer símbolo religioso.
O argumento não poderia ser mais frágil, pois, embora o Estado não seja religioso de fato, ele tem um povo a quem deve servir. Não é uma entidade abstrata, mas existe somente em função do povo. O povo, por sua vez, traz consigo a sua história, o seu patrimônio cultural e mais importante, o seu patrimônio moral. Foi o patrimônio moral do povo brasileiro, majoritariamente cristão e católico, que gerou os textos legislativos interpretados e aplicados pelos Tribunais de Justiça. A própria Constituição Federal e os Códigos Civil, Penal, o Estatuto do Menor e do Adolescente, as Consolidações das Leis do Trabalho, todos foram escritos numa visão de mundo calcada nos valores morais cristãos e, sem estes valores é impossível interpretar qualquer um deles.
Os crucifixos, portanto, nada mais dizem aos magistrados que, embora tenham o direito de professar a religião que quiserem ou mesmo nenhuma se for o caso, eles não têm o direito de interpretar as leis do país fora do aspecto cultural e da moralidade nas quais elas foram exaradas. Querer extrair a cultura que gerou os textos basilares do país e colocar em seu lugar uma moderna cultura ateia é uma perversidade.
O crucifixo é um símbolo civilizacional, uma realidade que, apesar da religião de quem julga ou de quem é julgado, deve ser reconhecido como parte intrínseca da cultura e da história do País e não deve ser utilizado, sob qualquer hipótese, como um instrumento ideológico. Infelizmente, o Judiciário desta nação está se sujeitando ao vergonhoso ativismo, que culminará em uma ditadura, pois quando juízes acham que podem interpretar as leis de acordo com seus próprios valores, de acordo com sua própria imaginação, e não de acordo com o verdadeiro espírito com que elas foram elaboradas, tornam-se déspotas, ditadores. É isso que está acontecendo no Brasil, atualmente. O ativismo judicial precisa ser combatido e denunciado, pois leva ao abismo. Um magistrado sem princípios de ética e de moral, somente com militância e fidelidade à ideologia é um malfeitor, um instrumento de injustiça e não um servidor da Justiça. Precisa ser denunciado também.
Uma parede nua é também um símbolo de religiosidade. O ateísmo é uma atitude religiosa, não tem nada de neutro, pelo contrário. Contudo, o ateísmo não representa a vontade do povo brasileiro, que é cristão, conforme dados estatísticos, portanto, uma elite intelectual, uma minoria deveria considerar que o poder vem do povo e o povo não é ateu. O povo deve ser respeitado.
Nos tempos atuais, peçamos a intercessão da Bem Aventurada Maria Restituta Kafka, que corajosamente opunha-se às ordens nazistas e devolvia às paredes do hospital onde trabalhava os crucifixos retirados, para que tenhamos coragem e força para seguir seu exemplo. Precisamos do seu exemplo para impedir que sejamos varridos como civilização e história nacional e certamente será implantado no país aquilo que o Papa Bento XVI diz na encíclica Deus caritas est que um governo sem valores morais é simplesmente uma quadrilha de malfeitores.
Bem Aventurada Maria Restituta Kafka, rogai por nós.

http://padrepauloricardo.org/episodios/os-crucifixos-nos-tribunais-de-justica


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